"Lembre-se de usar sempre uma máscara e saia menos!" Isto foi o que toda a minha família e os amigos me disseram antes de partir para Portugal. Ao estudar no estrangeiro durante a pandemia, a primeira preocupação deve ser: o que devo fazer se apanhar o coronavírus?

A probabilidade de contrair o coronavírus num ambiente livre no estrangeiro é muito maior do que na China.

Aveiro é uma cidade com poucas pessoas e as pessoas estão sempre distantes umas das outras. Todos os estudantes da nossa turma são chineses, e como inevitavelmente entraremos em contacto com outras pessoas, o vírus é "impossível de prevenir", pelo que basicamente tirámos as nossas máscaras cerca de uma semana após a nossa chegada.

A turma estava mais ou menos infetada, mas não afetou as nossas aulas regulares. Uma quinta-feira, enquanto voltava ao dormitório com os meus colegas de turma, estávamos a falar sobre isto.

Eu disse: "Nenhum de nós da SISU foi infetado ainda!”

Nessa noite, uma colega com quem eu estava a ir para a universidade, testava-se positiva com o coronavírus. No dia seguinte, o colega com quem eu estava a comer começou a ter febre, mas deu teste negativo. Comecei a tossir na noite seguinte e ambos demos positivo na terceira manhã. Inicialmente era como uma constipação comum, mas não conseguia parar de tossir. Porque não conseguíamos obter tudo o que precisávamos nas aplicações, saímos imediatamente e comprámos medicamentos para o frio, febre, xarope para a tosse e muitos kits de autoteste na farmácia, e depois fomos ao supermercado para comprar uma variedade de alimentos. Foi também durante este tempo que senti surgir os problemas de respiração.

Durante este tempo, a minha mãe telefonou-me em videochamada, fui forte contra a minha tosse e consegui ter energia para falar com ela. Estando a um milhão de quilómetros de distância, tudo o que os meus pais podiam fazer era preocupar-se e estar ansiosos, por isso achei melhor não lhes dizer.

Já passaram duas semanas desde que recuperei e não tenho sintomas de quaisquer efeitos secundários. Os sintomas durante este período foram ainda menos graves do que quando contraí a gripe na China. Ao partilhar isto, gostaria também de vos dizer para não o tomarem de ânimo leve só porque os sintomas são ligeiros. Precisamos de nos proteger não só a nós próprios, mas também aos membros mais velhos da nossa família que são mais vulneráveis. Para aqueles de vós que hesitam em estudar no estrangeiro devido à pandemia, não se preocupem, a pandemia não é um obstáculo aos nossos estudos, e também não é suficiente para nos impedir de explorar o mundo em geral.

Escritor: Zhang Ximeng